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Para dar cor aos tecidos, a indústria da moda usa com frequência a anilina, um corante de origem sintética. Mas você sabia que é possível ter um corante totalmente natural para o tingimento de roupas? Você precisa conhecer o índigo, responsável pela tonalidade azul anil em tecidos. E sem precisar utilizar nenhum produto químico para extrair da planta ou fixar a tinta.
Continue a leitura e conheça mais sobre esse corante, como ele é feito e como pode ser usado.
O índigo pode ser extraído de alguns tipos de planta, mas a de gênero Indigofera é a mais utilizada, em especial a Indigofera tinctoria L., com origem no sudeste asiático, principalmente Índia. Ela recebeu esse nome por Carl Linnaeus, um botânico sueco do século 18. A explicação vem da união do grego indikón, que significa “indiano”, e do sufixo do latim fera, que significa “que produz”.
Mas existem indícios da sua utilização há milênios! A prova mais antiga encontrada foi um pedaço de tecido tingido de índigo há 6.200 anos, no Peru. Outro exemplo é o antigo Egito, onde acredita-se que já utilizava esse corante nas roupas da elite, como os faraós, e também é possível verificar a presença da cor na borda de faixas que envolviam as múmias.
Na Tailândia, a Indigofera tinctoria L. é chamada de khram. A planta é bastante cultivada ao longo do rio Songkhram, que nasce na cidade de Udon Thani e passa pelas cidades de Sakon Nakhon, Nakhon Phanom e Bung Kan.
O corante índigo chegou na Europa no século 18, e logo se tornou muito popular pela grande quantidade disponível e pelo preço razoavelmente acessível. Ele passou a ser largamente utilizado até que, em 1897, o químico alemão Adolf von Baeyer criou a versão sintética.
A partir de então, o uso do índigo natural foi bastante reduzido, e países que eram grandes produtores do corante tiveram um forte impacto econômico, como foi o caso da Índia.
A chegada dessa versão sintética no mercado fez com que o processo de tingimento fosse padronizado e ficasse muito mais rápido, aumentando a velocidade da produção de roupas e barateando o custo, por consequência. O corante sintético anil é muito usado nas calças jeans, por exemplo. Mas nada substitui a beleza do processo artesanal e natural da utilização do índigo, concorda?
Depois de tanto tempo valorizando a produção em massa, alguns segmentos da moda estão se voltando novamente para a utilização do índigo, principalmente movidos pelo crescimento da preocupação ambiental e do movimento de consumo consciente.
Afinal, a cada dia mais pessoas desejam consumir produtos que respeitam o meio ambiente e se interessam em conhecer cada etapa de produção do que vão comprar.
E o índigo tem vários motivos para ser tão apreciado. As suas vantagens são:
O pigmento é extraído da planta de forma natural, sem a utilização de produtos químicos, e para ser absorvido pelo tecido, leva vários dias. É um processo manual e muito mais lento do que o da produção em massa.
Na Calça Thai, essa forma de tingimento é feita na Calça Pescador Premium. Na sua produção, os artesãos tailandeses ainda utilizam o caule da bananeira para ajudar na fixação da cor no tecido, através de técnicas secretas da comunidade.
Com todo esse cuidado e demora na produção de cada peça, é esperado que o valor comercializado seja mais alto do que o de uma roupa fabricada em larga escala. Afinal, leva-se um tempo muito maior para cada uma delas ficar pronta, e o trabalho desenvolvido pelos profissionais envolvidos precisa ser remunerado de forma justa.
Esse processo personalizado e artesanal não é viável para a dinâmica consumista, que se caracteriza pela produção rápida e pelo consumo desenfreado. O uso do índigo atualmente está muito mais ligado ao slow fashion e aos conceitos de moda ética, que adota uma produção justa em cada etapa.
Se você é adepto desse estilo, que reflete sobre o que vai consumir e valoriza cada aquisição, dando preferência às peças duráveis e de confecção ética, é uma boa ideia ter uma peça tingida manualmente com o índigo natural. Vai ser uma roupa cheia de significado e que carrega uma história junto dela.
Você já tinha ouvido falar sobre o corante natural índigo? Conte para nós o que você achou.
Isso mesmo, Nilma!
Amo as tintas e agora ainda mais desde que passei a me inteirar pelo tingimento natural, orgânico e totalmente de acordo com os processos de sustentabilidade advinda do cultivo compartilhado desse produtos que , hoje, estão sendo buscados e coletados de maneira a garantir o sustento de famílias que plantam, coletam e ao completar o ciclo garantem o sustento de uma família.